Evite comprar estas 4 criptomoedas que podem despencar esta semana
O mercado de criptomoedas começou a semana com uma certa cautela. O Bitcoin, por exemplo, permaneceu na faixa dos US$ 113 mil, após ter enfrentado algumas quedas que o levaram a US$ 109,5 mil na semana passada. Essa movimentação mostra um pouco de resiliência, mas não é nada que traga muita tranquilidade a curto prazo.
Os analistas estão de olho nos fatores macroeconômicos, que continuam a ser uma forte pressão sobre o mercado. Isso significa que os investidores precisam ficar atentos, especialmente em relação às altcoins que enfrentarão desbloqueios de tokens nos próximos dias.
Nos últimos sete dias, o desempenho dos ativos digitais refletiu a incerteza do ambiente global. O Ethereum, por exemplo, caiu 11,4%, enquanto Solana e BNB recuaram 16,2% e 5,5%, respectivamente. A verdadeira preocupação aqui é que, se o capital estiver se acomodando em stablecoins, isso demonstra uma postura defensiva dos investidores.
Para André Franco, CEO da Boost Research, essa situação está ligada ao risco de um possível shutdown do governo dos Estados Unidos, o que poderia atrasar a divulgação de dados importantes, como os relatórios de emprego.
Cenário não é otimista para o mercado cripto
Enquanto isso, o ouro atingiu um pico histórico de US$ 3.832, evidenciando a busca dos investidores por ativos mais seguros. Já o petróleo viu seu preço cair, dado que há expectativas de aumento na produção da OPEP+. Essas questões, juntamente com a desaceleração da manufatura na China, ampliaram a sensação de insegurança no mercado.
O Bitcoin, por sua vez, manteve uma posição neutra, mas especialistas alertam que um novo fluxo de vendas de ativos institucionais pode abrir espaço para mais quedas. Recentemente, um relatório da CoinShares revelou que os produtos de investimentos em criptomoedas tiveram saídas de US$ 812 milhões na última semana. Apesar disso, setembro já contabiliza US$ 4 bilhões, e no acumulado do ano, o total chega a US$ 39,6 bilhões.
Porém, esse fluxo de saída não foi suficiente para estabilizar moedas mais frágeis, como o Ethereum, que viu saídas de US$ 409 milhões, quase estagnando seus ganhos no ano.
Criptomoedas que podem cair
Neste cenário de incerteza, os riscos aumentam para ativos que terão desbloqueios de tokens. Essa prática é comum em projetos de blockchain e pode gerar alta pressão vendedora ao liberar novas unidades no mercado. Nesta semana, quatro moedas foram destacadas como potenciais fontes de volatilidade: Optimism (OP), Sui (SUI), Ethena (ENA) e Immutable (IMX).
O caso mais relevante é o da Sui (SUI), que terá um desbloqueio de 56,9 milhões de tokens, o que representa US$ 180,8 milhões ou 1,6% do valor de mercado. Para analistas como Mike Ermolaev, fundador da Outset PR, essa súbita oferta pode impactar bastante os preços, pois a liquidez do ativo não é suficiente para suportar uma pressão de venda tão grande.
O Optimism (OP) também merece atenção, com 32,2 milhões de tokens sendo liberados, avaliado em US$ 21,5 milhões (1,8% do market cap). Embora o total seja menor, a proporção ainda pode gerar volatilidade e levar grandes detentores a realizar lucros.
No caso do Ethena (ENA), serão libertados 94,2 milhões de tokens, avaliados em US$ 54,3 milhões, representando 1,4% do market cap. O ativo já enfrenta críticas por sua tendência à diluição constante, e esse novo desbloqueio pode reforçar a percepção de fraqueza a médio prazo. “Esse é um sinal claro de cautela, já que o mercado pode não ter força compradora suficiente para sustentar o preço”, comenta Ermolaev.
Por último, o Immutable (IMX) terá um desbloqueio de 24,5 milhões de tokens, equivalendo a US$ 19 milhões e 1,3% do valor de mercado. Embora a pressão seja considerada relativamente menor, a maior parte da oferta já está no mercado, dificultando a absorção de novas unidades.
Compradores buscam defender níveis fundamentais
Timothy Misir, head de pesquisa da BRN, alerta que os compradores estão se esforçando para proteger a faixa dos US$ 110 mil no Bitcoin. Contudo, a confirmação de alta só deve acontecer com um rompimento claro dos US$ 116 mil. Enquanto isso, o mercado deve continuar sendo dominado por traders de curto prazo, com movimentos rápidos e frequentes reversões.
Sarah Uska, analista do Bitybank, endossa essa visão de cautela. Ela destaca que os fluxos mais fracos para ETFs e a volatilidade do dólar acentuam a necessidade de atenção. “Esses momentos de medo podem abrir oportunidades de longo prazo, mas exigem uma vigilância constante dos movimentos no cenário americano”, finaliza.
As movimentações no espaço cripto continuam a exigir prudência e acompanhamento atento, pois as oscilações podem trazer tanto riscos quanto oportunidades.